Pularam de 1.955, anotados no período de 1º a 26 de janeiro, para 3.701 no cálculo de 1º a 31 deste mesmo mês. Deste total, 71% estão concentrados no município de Jequié, que registrou 2.637 doentes somente em janeiro. Dá uma média de 85 casos de dengue registrados por dia no município em 2009.
Os casos graves notificados da doença, onde há suspeita de FHD (Febre Hemorrágica da Dengue), eram 84 até 26 de janeiro e subiu para 92 até o dia 31 na Bahia. Com 59 notificações, o município de Jequié responde por 64% casos suspeitos de FHD. Além disso, das duas vítimas fatais confirmadas na Bahia, uma é do município (a segunda é de Porto Seguro).
Histórias como a da manicure, Paulete Nascimento, de 27 anos, que morreu na quinta-feira passada apresentando sintomas característicos de dengue hemorrágica, deixam a população assustada.
O bairro de Joaquim Romão concentra o maior número de registros, 1.701 (64,5%) casos, mas o município tem outros focos, como Jequiezinho, com 260 casos (10%), Centro (139 registros e, Mandacaru (111). "Minha família mora em Feira de Santana e todo dia eles ligam, querendo saber notícias dos meninos e pedindo pra eu ir passar uns dias fora daqui até a coisa melhorar", conta a dona-de-casa Renilda Dutra, mãe de duas crianças, moradora da Rua Antônio Miranda Pereira, no Joaquim Romão.
O medo da doença é um sentimento comum entre os vizinhos. "Somente nessa rua onde meus parentes moram, conheço umas três pessoas que tiveram febre e dor de cabeça. Pode ser dengue ou não, mas ninguém procurou o posto para saber o que é", observa Nivaldo Novaes.
Emergência – A situação chegou a tal ponto que fez o prefeito Luiz Amaral (PMDB) decretar, no dia 16 de janeiro, situação de emergência no município por 90 dias. Nem o prefeito nem a secretária municipal de Saúde, Stela Souza, foram encontrados ontem. Em nota, a prefeitura classifica como "epidêmica" a situação no município e "por isso, traz grande risco à população".
"Diante da necessidade de ampliar as ações emergenciais de combate a dengue, a medida foi tomada porque o trabalho de orientação preventiva, recuperativa e assistencial precisa ser intensificado durante todo o verão, mesmo que haja redução do número de casos", diz o texto, que convoca as secretarias de Saúde e de Serviços Públicos do município a implantar medidas para restabelecer a normalidade nas áreas atingidas.
Surto – O diretor de Regulação da Sesab, Ricardo Golveia, informou que já havia estudos que indicavam que poderia acontecer um surto de dengue no município de Jequié em março. "Mas ele se antecipou e alastrou-se bruscamente", disse. Segundo ele, os principais motivos seriam o clima quente da cidade e a baixa participação das população em campanhas de combate aos focos da doença. "Muita gente ain da guarda água parada".
Golveia informou que representantes do M. da Saúde e da Sesab estiveram na cidade para avaliar as ações e o que pode ser feito. Além da intensificação da campanha educativa, um mutirão "faxinaço" será feito na cidade, com voluntários, bombeiros e do grupamento aéreo, para a identificação de focos do mosquito. A TARDE não conseguiu contato com o secretário de saúde do Estado, Jorge Solla.
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