Medo invade a Vila Juazeiro
A notícia de que a água distribuída na Vila de Juazeiro, zona rural de Maniaçu, município que fica a 50 km de Caetité e a 757 km de Salvador, estaria contaminada com urânio levou medo à região, abastecida por um poço artesiano onde uma das coletas foi feita.
Temendo contrair câncer e outras doenças associadas ao contato com o minério, extraído na província uranífera Lagoa Real/Caetité pela Indústrias Nucleares do Brasil (INB), parte dos 300 moradores da Vila Juazeiro começa a abandonar suas casas e procurar novas moradias. Outros que permanecem aumentam o consumo de água mineral, produto que começa a ficar escasso nos distribuidores a grande maioria continua utilizando a água distribuída nas torneiras ou no chafariz.
O medo é sentimento coletivo em jovens e adultos. Eles reclamam da falta de transparência das autoridades e protestam contra o que consideram omissão da INB, estatal que administra as jazidas de urânio, material radioativo transformado em combustível das duas usinas nucleares de Angra dos Reis (RJ).
"Não recebemos até agora nenhuma assistência, sequer um carro-pipa para abastecer os tanques. A gente, se quiser água mais ou menos boa, tem que buscar a 18 quilômetros daqui", disse o lavrador Joaquim Moura Sousa, conduzindo um carro de bois pelo estradão.
POSTO FECHADO Em Maniaçu, distrito vizinho ao local da coleta, o único posto de saúde, que agrega o Programa Saúde da Família (PSF) esteve fechado nesta sexta-feira, 17. Uma equipe da Vigilância Sanitária esteve na localidade pela manhã, mas a atividade desenvolvida consistiu apenas na inspeção da única farmácia.
A equipe de A TARDE esteve na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Caetité, mas não localizou o secretário, Cláudio Ladeia. Os funcionários não informaram sobre seu paradeiro.
Já na sede do Ministério Público Estadual (MPE), a equipe foi informada que o promotor Jailson Trindade, titular da 2ª Promotoria, estava em reunião com os demais promotores da região em Guanambi.
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