domingo, outubro 19, 2008

Infraero ignora Ilhéus em verba para aeroportos

 Infraero ignora Ilhéus em verba para aeroportos brasileiros, que vão receber R$ 98,6 milhões para obras de reforma. Entre os terminais contemplados está o de Porto Seguro, com verba de R$ 22 milhões.  
O dinheiro é destinado a aeroportos que "apresentavam falhas de segurança ou corriam risco de ser fechados ou sofrer restrições". Apesar do aeroporto ilheense se enquadrar nestes quesitos, ficou de fora e não receberá a verba. 
Desde 2 de setembro, o aeroporto Jorge Amado não pode receber pousos ou fazer decolagens com o auxílio de instrumentos, segundo determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que mandou desligar os equipamentos. 
Foi justamente a agência que determinou, com base em projetos, quais aeroportos seriam beneficiados com a verba de um programa de reformas e modernização de terminais. A verba é da União.
      A Anac impôs restrições ao aeroporto da Costa do Cacau por apresentar 65 obstáculos para pousos e decolagens. 63 destes já foram removidos. Os outos dois viraram uma novela.
      Segundo o secretario de obras da prefeitura, Paulo Goulart, o município recebeu todos os relatórios da Anac, com as medidas que devem ser tomadas para operar normalmente. Uma empresa topográfica foi contratada para definir o que deveria ser removido.
      Goulart informa que, após os resultados, a Procuradoria-Geral do Município acionou juridicamente tanto os responsáveis do Opaba Praia Hotel quanto o de uma residência para realizar a retirada dos empecilhos.
      Na versão de Goulart, é de inteira responsabilidade dos proprietários dos imóveis efetuar o serviço. "Eles receberem um tempo legal para executar a obra, não sei dizer quanto tempo foi".
      Paulo explica que caso os responsáveis pelos dois imóveis não removam os obstáculo, os órgão competentes devem se reunir para adotar as medidas necessárias. Ele confessa que não sabe informar quanto tempo isto levará. 
     
 Desmentido
      As afirmações de Goulart são rebatidas por Edinei do Espirito Santo, dono do Opaba, que afirma não ter recebido qualquer documento oficial exigindo a demolição de parte do hotel. "Até hoje não recebi nenhum detalhe, por exemplo, do que precisa ser retirado".
      Edinei lembra que não pode simplesmente sair demolindo o hotel sem uma planta oficial, nem executar a obra sem saber quanto isso vai custar. "Tenho direito a calcular o prejuízo para ser ressarcido, mas não há como fazer isso sem informação," disse por telefone.
      A confusão em torno dos obstáculos mostra que Ilhéus pode passar muito tempo, talvez até anos, com seu aeroporto reduzido a um "campo de pouso de luxo", com vôos apenas de empresas menores, com aviões de pequeno e médio porte.
      Até resolver o problema o aeroporto continua funcionando com apenas dois vôos diários e só quando o tempo está bom. Ao menor sinal de chuva, o pouso é abortado. O mesmo acontece se há atraso e ele chega após às 17h.
      As restrições têm deixado todos os setores da cidade preocupados, principalmente devido ao inicio da alta estação e à alta do dólar, que favorece o turismo interno. O presidente do Sindicato das Indústrias do Pólo de Informática, Gentil Pires, reclama.
      "As restrições têm causados sérios problemas para as fabricantes de computadores, que precisam uma logística dinâmica e rápida". E ataca: "Os obstáculos são tão insignificantes, se comparados ao Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, que dá até vergonha se discutir".
      A prefeitura de Ilhéus e a Associação dos Municípios do Sul, Extremo-Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc) marcaram reunião para esta segunda-feira, 20, no auditório da Justiça Federal, a partir das 15 horas, para discutir o futuro do aeroporto Jorge Amado.
      Segundo o secretário de governo de Ilhéus, José Nazal, durante a reunião será criada uma comissão com representantes dos municípios convidados, a exemplo de Itabuna, Itacaré, Canavieiras, Una, Uruçuca, que estão direta e indiretamente envolvidos com o problema.
      A comissão pretende agilizar audiências com o governador da Bahia, Jacques Wagner, e com o ministro da Defesa, Nelson Jobim em busca de soluções em curto prazo. Mas, sem tirar os obstáculos, nenhuma ação política vai resolver o problema.

http://www2.uol.com.br/aregiao/ilheus.htm

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