domingo, outubro 19, 2008

Itabuna & Dengue

Taxa de infestação de dengue sobe para 12,3% em Itabuna e aumenta o risco de epidemia no verão. Os dados do quarto ciclo de visitas domiciliares revelam que a Secretaria de Saúde de Itabuna voltou a se descuidar das ações de combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.  
      De cada 100 imóveis visitados pelas equipes, 12 estão infestados por larvas do mosquito. O índice de infestação é de exatos 12,28%. Os dados ainda não foram concluídos mas se referem a mais de dois terços das áreas investigadas.
      O índice ainda revela que a infestação subiu mais de 5 pontos percentuais em pouco mais de dois meses. Em julho a Secretaria de Saúde divulgou que a infestação havia caído de 7,67% para 7,3%.
      No mesmo informe, antecipou que a tendência era de queda para os próximos ciclos. Oficialmente, o município tem cerca de duas mil notificações e uma morte confirmada neste ano. O índice de 12,28% é o mais alto já registrado neste ano.
      Ele confirma Itabuna entre os municípios brasileiros que correm risco de enfrentar epidemia de dengue no verão. Entre os bairros com maiores índices de infestação estão Maria Pinheiro, Nova Ferradas, Emanoel Leão, Novo São Caetano, Novo Jaçanã e Jorge Amado.
      O problema é agravado pela falta de condições de trabalho dos agentes de combate à dengue. Boa parte fica até três dias da semana sem ir a campo por falta de material. 

      Epidemia

      Para tentar evitar que uma epidemia ocorra, o Ministério da Saúde liberou mais verbas para o trabalho de campo. Itabuna está entre os 45 municípios baianos que contarão com recursos de R$ 9,5 milhões para ações emergenciais.
      Com o dinheiro, os secretários municipais poderão, por exemplo, contratar pessoal e realizar ações complementares de combate ao mosquito. Os recursos serão repassados do Fundo Nacional de Saúde direto para as cidades que correm risco de epidemia.
      Nos últimos anos, o menor índice infestação predial ocorreu em 2003, quando apenas 3,1% das casas visitadas tinham criadouro do mosquito. A pior foi em 2006, quando Itabuna foi destaque em todo o país por ser campeã de infestação de larvas do mosquito, 17%.
      "Naquele ano foi terrível. Quase todo mundo lá em casa teve dengue. Eu, meu marido e um dos meus filhos. Um melhorava e outro adoecia", diz a dona-casa Neuza Souza Borges.
      A estudante Márcia Santana de Oliveira diz ter ficado muito mal depois de se medicar por conta própria. "Na época, não sabia o que era. Chequei na farmácia e comprei Anador para a dor cabeça. Meu corpo ficou todo empolado e no outro dia cheio de caroços".
      Recomendação

      Na quarta-feira, 15, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde alertou quem já teve dengue clássica. Se tiver os sintomas de novo, devem ir imediatamente para um hospital.
      Dois ou mais sintomas, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, tontura, queda da tensão arterial, pele, mãos ou pés frios, palidez, pulso rápido, agitação ou letargia, desconforto respiratório, diminuição repentina da temperatura e redução de volume da urina são indícios da forma grave da doença, que pode levar à morte.
      A coordenadora estadual do Programa de Controle da Dengue, Jesuína Castro, afirmou que "as pessoas esperam, em casa, que os sintomas desapareçam em sete dias. Mas quem já teve a dengue clássica pode desenvolver formas mais agudas".
      Nessa situação, não se deve esperar para procurar assistência médica, sob risco de uma desidratação profunda. A recomendação é ingerir muito líquido, não só água como suco de frutas, soro caseiro, chá, água de coco e sopa. Deve-se evitar refrigerante.
      Este ano, até a última semana de setembro, 48 municípios baianos registraram casos graves. Foram 596 casos suspeitos, sendo 194 confirmados por meio de exames laboratoriais, dos quais 12 pacientes morreram, sendo um deles em Itabuna.

Fonte : A Região

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