sexta-feira, novembro 21, 2008

E " se " fossem seus filhos

Pais e mães que perderam seus filhos, para a violência, para o tráfico de órgãos em nosso país.
São as vítimas sobreviventes que as autoridades ignoram em suas dores diárias, constantes, sofridas.


Elizabeth Metynoski

Hoje o meu Giorgio Renan faria 17 anos, não consigo deixar de pensar em como ele estaria se estivesse aqui comigo. Como ele estava na quinta série aos 10 anos, hoje poderia estar no primeiro ano de veterinária, que era seu sonho ou fazendo cursinho para a mesma. Já teria me passado em altura com certeza, estaria fazendo a barba e namorando.
Não consigo deixar de pensar nos "ses" .....se ele estivesse....se ele......
Dizer que a dor passa, é mentira, a dor não passa, simplesmente aprendemos a conviver com ela, cada um a sua maneira, como pode e como suporta.
Sei é que a minha dor não passou e não tem um único dia que eu passe sem pensar nele....

Elizabeth Metynoski
Movimento Giorgio Renan Por Justiça
www.giorgiorenanporjustica.org
Paulo Pavesi ( trechos de seu e-mail )
Existem vários "ses" além destes que você bem descreveu. O Paulinho já estaria com 19, que completou no último dia 8 de outubro. Preferi este ano não falar nada. Ficar só na lembrança, porque já percebi que isto não incomoda as autoridades. Só incomoda a nós, os pais.
Os outros "ses" são:
Se o assassino fosse punido, certamente outros crimes seriam evitados.
Se o assassino fosse devidamente punido, outros criminosos pensariam antes de cometer um crime.
Se as autoridades tomassem uma atitude digna diante de um assassinato, não estaríamos aqui lamentando todos os dias, novas vítimas que parecem brotar como água em nascente de rio.
Se as autoridades fossem sérias, as investigações não ficariam sem respostas, e os criminosos seriam todos alcançados, desde os que praticaram os crimes até os responsáveis
Se o Brasil fosse sério, seríamos indenizados e teríamos apoio psicológico - que não resolveria, mas nos daria fôlego para podermos continuar.
Hoje, temos esta vida: Vivemos com a angústia e a tristeza da perda de uma pessoa inocente, arrastamos nas costas a certeza da impunidade, somos considerados pesos indesejáveis para as autoridades e o pior, vivemos com a certeza de que é exatamente isto que o governo quer.
Paulo Pavesi pai do Paulinho

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