Holomodor, termo que significa em ucraniano "matar pela fome", e designa o Holocausto Ucraniano, ocorrido nos anos de 1932 e 1933.
82% da população da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas vivia da agricultura. Foi obrigada, por meio de repressão violentíssima, a entregar as suas propriedades ao Estado e a integrar as explorações agrícolas colectivas e estatais, segundo as normativas emitidas pelo poder central. A reacção de muitos agricultores contra a ditadura soviética - que consideravam um novo feudalismo - desencadeou uma reacção brutal do poder central, que teve o seu expoente máximo na Ucrânia.
Como não fossem sufientes as condenações a 10 anos de trabalho forçado, e a pena capital, para aqueles que o Estado considerava "subversivos", por não concordarem em perder a liberdade e trabalhar quase gratuitamente, a Grande Fome foi estrategicamente pensada para atingir objectivos de eliminação da população ucraniana.
Em contraste com a propaganda do regime, que apresentava o novo modelo como um paraíso terrestre (ver cartaz) s pessoas definhavam e morriam, numa agonia lenta.
Trata-se de um genocídio que tem sido obstinadamente escondido e negado, e que merece o mesmo destaque do Holocausto Judaico. Ambos nos lembram que a LIBERDADE é o mais precioso dos bens.
Neve, chuva , umbrelas negras, o entardecer dando lugar à noite , milhares de ucranianos com velas que iluminavam e cartazes que clamavam , desenhando um cenário místico para a solenidade de orações e lembrança histórica , no belíssimo Memorial , onde foi inaugurado solenemente o Monumento às vítimas do Holodomor.
Os olhos da história , a memória da consciência universal , a inteligência dos povos ,serão sempre a garantia da proclamação dos direitos humanos e da condenação implacável da brutalidade. Que os líderes de todas as Nações se pronunciem ! Direitos Humanos e liberdades democráticas não tem fronteiras !
Naquele ano ,1932/33, os camponeses ucranianos colheram 12 milhões de toneladas de grãos. Necessitavam de 10 milhões para sua sobrevivência.
Morreram de fome. O Regime de Stálin confiscou e exportou.
Hoje, 75 anos depois, no palco do Teatro Nacional em Kiev, atores encenavam a tragédia. Policiais truculentos invadiam e destruiam. Crianças ,mulheres ,idosos, todos enfim , eram obrigados a visitar a morte pela fome.
Interrompem o espetáculo teatral e chamam ao palco uma senhora em cujo rosto as marcas do tempo denunciam: veio de longe . É a sobrevivente.
Conta como sua família foi dizimada e emociona a todos. Ela conheceu a tragédia, uma das maiores da história da humanidade.
NO 70° ANIVERSÁRIO DO «HOLOMODOR»
O sentimento cristão do sufrágio por todos os que morreram por causa de um desatinado desígnio homicida deve ser acompanhado pela vontade de edificar uma sociedade onde o bem comum, a lei natural, a justiça para todos e o direito do povo sejam guias constantes para uma eficaz renovação dos corações e das mentes de quantos se sentem honrados de pertencer ao povo ucraniano. Desta forma, a memória dos acontecimentos do passado tornar-se-á fonte de inspiração para a geração de hoje e para as vindouras.
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