Eu lamento
Estar nestas terras
Pisadas por seres que desconheço
Raças indistintas
Nada semelhantes a humanos
Lamento
Ter convivido tantos anos
Entre estes
E não haver reconhecido
Os desumanos
Seres surdos aos apelos!
Afrontosos na covardia!
Coniventes a traição!
Cúmplices de adultérios!
Algozes dos seres!
Lamento
Por não ter percebido
Quantos difamadores!
Quantos cruéis!
Quantas devassas!
Quantos hipócritas!
Quantos prevaricadores!
Quantos agressores!
Quantos corruptos!
Quantos ladrões!
Circulam nestas terras!
Meu Deus!
Quantos são estes?
Quantos são estas ?
E a paz? A harmonia?
Do clamado paraíso?
Que terras ardilosas são estas?
Onde a raça não tem face!
Nem ouvidos!
Nem estende suas mãos!
Pobres seres
Que não sentem o anjo maior
Símbolo do divino
Encravado no Centro
Que diz:
Arrependei-vos!
Justiça Impere!
Pobres seres!
Como me envergonho de vós
por macularem o paraíso!!
Ana Maria C. Bruni
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