Hoje é considerado o "dia D" para a investigação do esquema de vendas de sentenças judiciais no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), pelo menos em relação ao que tramita na Bahia, uma vez que cópia do processo foi protocolada no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, com pedido para que seja apurada a possível participação de desembargadores nos crimes.
Além da expectativa pela quebra do sigilo judicial no caso, dada como certa, ontem, será julgado pedido de habeas corpus dos supostos líderes da organização criminosa, advogados Abdon Antônio Abbade dos Reis, 45, e Cláudio Braga Mota, 34 - foragidos há 27 dias -, que tem deferimento sugerido pelo procurador de justiça José Gomes Brito.
À véspera do julgamento (hoje, a partir das 9 horas) foi agitada pela Carta Aberta dos promotores de justiça responsáveis pelas investigações, Ana Rita Cerqueira Nascimento e Paulo Gomes Júnior, do Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que estariam sob pressão política e ameaça de retaliação por terem apontado a suspeita de crime organizado na alta corte do Judiciário baiano.
A carta, divulgada no site do MPE, e o burburinho gerado por ela levaram os dois a uma reunião, no fim da tarde, com o procurador-geral Lidivaldo Britto, o corregedor-geral do MP, Advaldo Cidade, a presidente e o vice-presidente da Associação do MP (Ampeb), Norma Angélica e Jânio Braga. Na pauta, a possibilidade de Paulo Gomes e Ana Rita colocarem os cargos disponíveis. Por fim, Lidivaldo Britto manifestou "total apoio" aos dois.
Disse, ainda, que aguarda cópia dos procedimentos para apurar a conduta de duas integrantes da Casa, que manteriam ligações estreitas com Abdon Abbade e foram citadas nas investigações que fundamentam a Operação Janus: "Uma procuradora de justiça e uma promotora. Não posso dar nomes por causa do sigilo judicial no processo", disse Britto.
Quanto ao julgamento do habeas corpus, declarou: "O procurador tem independência funcional e pode agir da forma que quiser (sobre a revogação das prisões). Mas, por mim, todos continuariam presos", disse. Britto ressaltou que a Carta Aberta "não foi direcionada à chefia do Ministério Público".
Paulo Gomos e Ana Rita citaram texto de Ruy Barbosa sobre "a legalidade e a liberdade, as tábuas da vocação do advogado"; operações como a Big Bang (contra a organização do traficante Genilson Perna) e destacaram a Janus: "Não importam de onde tais ameaças venham, seja de representantes do MP de outrora e que hoje sucumbem ao vil metal, seja de representantes do MP em exercício, seja de alienígenas à instituição, seja de onde for e como vier, estamos prontos". Sobre a gangue que manipularia sentenças, escreveram: "Integrada (...) pelo profissional do direito, o bacharel que, como nós, prestou juramento de fiel e bem servir à lei. Não se aponta tão-somente o advogado (...) mas também os operadores de direito que assumiram cargos públicos e com eles tomaram caminho diverso da nossa Carta de Direitos".
http://www.atarde.com.br/jornalatarde/salvador/noticia.jsf
Fonte: Jornal A Tarde
Vamos realmente esperar que " total apoio" seja dado a estes que denunciam esquemas no judiciário da Bahia.
Aguardamos ainda as investigações contra juízes e juízas de casos passados !
Credibilidade, ética, integridade é o mínimo que podemos esperar do Poder Judiciário
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