Alimentei corvos e abutres
E arrancaram meus olhos
Por muito tempo
Os alimentei
Se fizeram robustos
Cega!
Completamente cega!
Não existiam sons
Nem de asas
Nem grulhar
Eram adestrados
Os corvos e abutres
Se misturaram aos urubus
Imundos e vorazes
Quantos são!
E insaciáveis queriam,
Querem
Bicar, extirpar, devorar
As entranhas
Não contavam
Com a regeneração
Da visão
Que retornou
No tempo decidido
Por Ele maior
Pude ver!
Deixaram
Penas fétidas
De seus rastros!
Esvoaçam
Barulhentos
Escandalosos
Propagam suas vergonhas
Aos urros,
divulgam seus crimes
Sujos de alma
Imundos de princípios
Quantos são!
Há tempos voando neste céu!
Encontraram suas carniças.
Querem os ossos!
A visão passada
retornou
Exacerbada
Memorial
Aguçada
Agora presente
Vejo o inferno
Arrancados serão
Os olhos
dos que pairam
nestas trevas
e sem pena,
penas,
não será permitida
a regeneração
Ana Maria C. Bruni
Itacaré - Bahia
E repito após 3 anos:
Vamos a luta Imundos!
Um comentário:
Enjaulados
Enquanto falamos de liturgia...
Que gera um absurdo contra a magia...
Noites nebulosas enxugam as mágoas,
Tal qual o vento que sopra as canoas...
Ancorando a nau na beira do medo;
Trazendo a agonia nos rochedos,
Aos marujos encurvados nos porões!...
Porões de víboras sórdidas, cegas —
Dos infames errantes sanguessugas —
Dominados no abismo das privações.(...)
(Pacco)
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