terça-feira, setembro 29, 2009

Paulo Pavesi : Ao contrário do que dizem, tráfico de órgãos é muito mais comum do que você imagina

Em setembro, como em todos os anos, a grande máfia se une para realizar o que chamam de Campanha de doação de órgãos. Aquelas palavras tocantes, com imagens tristes. Você precisa doar!

Na verdade isso acontece durante todo o ano. Onde você vai tem um cartaz, um folder, um posterzinho dizendo "Doar órgãos é um ato de amor", e coisas do tipo.

Eu também lanço a minha Campanha todos os anos. Neste ano escolhi o seguinte título:

"MANTENHA-SE VIVO. NÃO DOE SEUS ÓRGÃOS. NÃO CAIA NESTA ARMADILHA."

O garotinho no alto da página, no canto superior direito, é o Paulinho. Tinha 10 anos quando sofreu um acidente doméstico, e ao ser levado para o hospital constataram que seu estado era MODERADO. Usando altas dosagens do medicamento Dormonid, foi colocado em coma de onde nunca mais saiu. Ainda vivo, mediante anestesia geral, seus órgãos foram retirados e transplantados em uma lista privada do médico que o matou. Este grupo atuava em Poços de Caldas e tinha como seu criador um deputado federal.

O caso deu origem até a uma CPI Federal, e apesar de comprovado o assassinato inúmeras vezes, tudo foi abafado. O mesmo grupo foi responsável pela morte de pelo menos outras 8 pessoas, e o adminsitrador do hospital onde Paulinho foi assassinado foi morto a tiros após colocar escutas no centro cirúrgico.

As córneas de Paulinho foram vendidas pelo Instituto Penido Burnier em Campinas pelo preço simbólico de 500 e 600 reais respectivamente. Tal Instituto sequer possuia na época, autorização para a realização de transplantes, mas era pago pelo governo mesmo assim.

A exemplo do que se vê hoje no Brasil, os culpados sequer foram presos. Estão respondendo em liberdade e já foram contratados pelo SUS para fazerem novos transplantes. Estão também articulando para a recriação da central que foi fechado porque era clandestina. Tudo com o auxílio de autoridades e do governo federal.

O presidente da ABTO - Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos é testemunha de defesa do principal acusado.

A imprensa brasileira está proibida de falar no caso.

Hoje eu moro na Itália e estou sob proteção humanitário do Governo Italiano, devido a diversas ameaças que fizeram para que eu calasse a boca.

Por isso, se você tiver um pouco de consciência, exija que casos como de Paulinho Pavesi sejam esclarecidos e que os acusados sejam exemplarmente punidos, pois caso contrário, você estará colaborando para o crime organizado. Aceitar o assassinato de uma criança para que os pacientes que esperam um transplante não sejam prejudicados, é um argumento baixo e só beneficia os traficantes de órgãos.

Ao contrário do que dizem, tráfico de órgãos é muito mais comum do que você imagina, mas os acusados sempre se safam com o auxílio do Ministério Público.

Se você é doador, em favor da vida, espero que a vida de Paulinho também tenha a mesma importância para você. Portanto, converse com seus amigos. Passe esta informação adiante.

Em breve haverá o lançamento de um documentário para o cinema onde o caso Paulinho é citado. Eu estou fazendo a minha parte. Na próxima semana darei maiores detalhes.
 

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