quinta-feira, agosto 06, 2009

A violência contra a mulher na Bahia- Ilhéus

Delegacia recebe mil queixas de violência contra mulheres em Ilhéus em apenas sete meses. Entre 1º de janeiro e 30 de julho foram registradas 1.175 ocorrências de agressão. 
A titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), Ângela Lopes, explica que este número não é conclusivo, porque tem queixas oriundas da 7ª Coorpin e do Ministério Público Estadual.  
Segundo a delegada, o alto índice de queixas se deve a uma maior conscientização da mulher sobre seus direitos como cidadã, as mulheres estão perdendo o medo, a vergonha e denunciando. 
"Já tínhamos um número alto de queixas, mas não podemos ignorar que os meios de comunicação têm ajudado no esclarecimento, sobretudo na divulgação da lei Maria da Penha, que cria mecanismos que encorajam mais a mulher a procurar a delegacia". 

Ângela atribui o aumento das queixas também ao fato da delegacia ter saído da sede da 7ª Coorpin, onde funcionou de janeiro de 2005 a fevereiro de 2006. "Lá, as mulheres ficavam inibidas para procurar a delegacia porque era tudo num mesmo espaço". 
Ela lembra que, no antigo local, eram registradas ocorrências de roubo, homicídio, assalto e outros crimes. "Aqui na Deam, elas se sentem mais à vontade porque tem um atendimento diferenciado e as ocorrências são do mesmo gênero". 
A delegada cita uma pesquisa divulgada no dia 14 de abril de 2009, que mostrou em números porque a violência contra a mulher é um vexame nacional difícil de ser resolvido.

30% das pessoas que ficam sabendo de um caso de agressão familiar e doméstica contra a mulher, independente da idade, não fazem nada; 56% não confiam na proteção jurídica e policial, mas 78% dizem que a Deam é o melhor lugar para se procurar ajuda. 
A delegada conta que ficou animada com o resultado da pesquisa porque, apesar do descrédito que normalmente algumas pessoas fazem com relação ao atendimento policial, a Deam é um local em que as mulheres se sentem mais seguras, mais estimuladas. 
Em relação à informação de que a Deam deixaria de funcionar no endereço atual (Av Osvaldo Cruz, 43, Cidade Nova), ela desmente e afirma que o aluguel do espaço está em dia. 
      Conselho Municipal 
 A delegada acredita que a população feminina de Ilhéus tem mais um motivo para comemorar, após a assinatura do decreto municipal 069/2009, de 27 de julho de 2009, dando posse às conselheiras e suplentes do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. 
O conselho vai funcionar como suporte para todas as mulheres, não só as vítimas de violência. Eentre as atividades estão cursos profissionalizantes, políticas públicas para trazer mais creches, saúde da mulher, capacitação profissional. 
A delegada explica que o próximo passo será uma assembleia, na próxima semana, para escolher a diretoria do Conselho. O órgão deveria existir em todas as cidades brasileiras. 
A lei Maria da Penha sugere que todos os municípios tenham um suporte de uma equipe multidisciplinar, com casa de apoio e outros benefícios para as vítimas da violência.
 

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