quarta-feira, dezembro 17, 2008

Cruzeiros no Real

O presidente da ABIH Nacional, Álvaro Bezerra de Mello, participou na última quarta-feira, dia 10, da audiência pública sobre os cruzeiros marítimos, na Câmara dos Deputados, em Brasília, para debater a situação atual e o planejamento dos portos para a atividade turística de cruzeiros. Durante a reunião, o presidente da ABIH Nacional defendeu significativamente os interesses da hotelaria nacional, ressaltando que não há condições de competir com a quantidade de navios que passam pelo Rio de Janeiro durante os grandes eventos. "Hotel não lota, competindo com 3,8 mil cabines de navios", afirmou ele. Álvaro Bezerra de Mello mencionou ainda que os navios estão em condições privilegiadas: "são apartamentos à beira do mar concorrendo com os hotéis e que, sequer, gastam na queima de fogos do Ano Novo". Ainda de acordo com Álvaro Bezerra de Mello, a hotelaria está passando por grandes problemas em função dos cruzeiros, especialmente no Nordeste durante a alta temporada. "O setor de cruzeiros precisa de controle", defendeu.

O número de cruzeiros marítimos na costa brasileira vem aumentando a cada ano. A estimativa da Associação Brasileira de Representantes de Empresas Marítimas (Abremar) é de que até o final do ano, mais de 500 mil turistas terão passado por cruzeiros na atual temporada na costa brasileira. Esse número corresponde a um crescimento de 25% em relação à temporada passada. Eduardo Nascimento, presidente da ABREMAR, falou da importância da parceria entre navios e hotéis, utilizando como exemplo a região do Caribe, onde cruzeiros e resorts trabalham em harmonia e complementarmente. Eduardo acrescentou também que o setor tem sido servido como grande fonte de empregos, na escala de 43 mil, só na última temporada.

Segundo o presidente da Sauípe S.A., Alexandre Zubaran, o que falta é uma legislação específica para os cruzeiros de passageiros. "Não é possível que as embarcações que fazem cabotagem de passageiros tenham o mesmo tratamento que a cabotagem de cargas", disse. "Eles têm custos menores e podem, por exemplo, ter cassinos, o que não é permitido aos hotéis. Não queremos afundar os navios de cruzeiros, mas precisamos de uma legislação só para eles".

Na reunião foi entregue também aos deputados, um documento sobre o impacto ecológico causado pelos navios de cruzeiros que fundeiam a costa brasileira e, em conseqüência trazem prejuízos à população e ao turismo como um todo. A idéia é que os navios tenham limite de teto para a operação e só possam atracar em um porto.
Do ABIH

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