segunda-feira, dezembro 29, 2008

Soluções para Cuba

Se não propões "soluções", nem se atreves a fazer uso da arma do criticismo, explica-me porque tampouco não ofereces um só remédio. Seu tom me lembra as aborrecidas assembléias de pioneiros em que estive presente durante todos meus anos escolares. Quando me chegava o turno de falar e meus comentários transbordavam do pessoal para criticar o sistêmico, alguem me parava bruscamente para recordar que um verdadeiro revolucionário propõe soluções, não queixas. Exercer o discernimento devia ser feito de forma construtiva - me advertiam - e com o tempo compreendi que não era um chamado à crítica pungente senão ao conformismo.

Aquelas críticas cerceadas trouxeram estes problemas para os que nem sequer, proponentes da "crítica útil", tem uma solução.  Meus escassos conhecimentos de matéria econômica não me permitem, por exemplo, aventurar-me a corrigir a injustiça da dualidade econômica em que vivemos fazem quinze anos. Tampouco tenho antecedentes científicos para saber como se resolverá a maldita circunstância do marabú (erva-daninha) crescendo por todas as partes. Pernas curtas na política me impedem de prever como se farão efetivas as palavras de João Paulo II de "que Cuba se abra ao mundo e o mundo se abra à Cuba".

Sem embargo, meu olfato cidadão fez-me descobrir intuitivamente a SOLUÇÃO. Sómente a livre opinião fará com que aqueles que podem mostrar remédios se atrevam a fazê-lo. O economista que guarda em sua gaveta o plano para sanear a economia cubana necessita de garantias de que não será castigado por dizer suas idéias. Todos os projetos políticos, sociais e de política exterior, que estão ocultos ante a possível represália que podem sofrer seus criadores, reclamam um espaço de respeito.

Deixem que todos falem, não importa se lamentando ou com o respaldo de uma proposta estudada para enfrentar os problemas. Anunciem públicamente que cada cubano pode dizer o que pensa e propor uma solução desde a cor política e a orientação ideológica em que creia. Verão então como afloram os bálsamos, como a queixa cede lugar à proposta e quanto mal isso faz ao crônicos detentores da crítica.

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